Resenha #09 O Grito Vermelho

Título: O Grito Vermelho 
Autor: Bruno Godoi
Editora: Novo Século
Ano: 2013
Paginas: 320
Gênero: Terror/Ficção
Nota: 8/10

Skoob

Um crime: doze corpos encontrados em uma região mística do norte da Mongólia. Um agente especial francês em luta contra seus mais íntimos inimigos: “os próprios pesadelos”. Um padre exorcista do Vaticano. Um assassino letal e misterioso que cruza o caminho das investigações do governo francês e do Vaticano, pondo em risco a segurança dos agentes e dos padres. Segredos são aos poucos apresentados e revelam as angústias e os pecados impressos nos homens. O Grito Vermelho: o lamento silencioso da alma…

        A trama de todo o livro envolve um sinistro e macabro assassinato. Mas não “apenas” isso. Quando doze corpos com os crânios estourados são encontrados na Mongólia (entre eles um policial francês), Louis Simon e sua equipe são chamados para ajudar a resolver o caso. Chegando ao local fictício do país – um lago com uma espécie de depressão numa montanha onde poderia ter havido um vulcão no passado e hoje há um altar de ritual de horror - toda a equipe não mede esforços para procurar pistas. Porém não encontram nada. O que começa a deixar todos meio desesperados, confusos, tendo pesadelos... Verdadeiras sensações de puro horror. Várias vezes os sentimentos dos personagens são descritos como Frio e Medo. E aí começa todo um drama psicológico nesse primeiro volume de A Sinfonia da Morte.

        Em O Grito Vermelho, você se depara com personagens profundos. Todos eles têm reações imprevisíveis, pensamentos estranhos e escrachados. Porém mantendo sempre seu caráter. Ou seja, são muito bem construídos. Além de que os personagens são sempre muito elegantes e bem vestidos. Suas roupas são bem descritas: sobretudos, luvas, botas... Claro, existem personagens que utilizam roupas simples, vivem em ambientes simples, mas tudo é descrito de uma ótima forma. Não torna a leitura cansativa em relação a isso.

        O crime ocorre na Mongólia, porém a equipe que vai investigar é francesa e uma pista que é encontrada depois, nos leva ao Brasil. Entra também na trama – de uma forma interessante– um padre do vaticano, Kazarras, que é exorcista. Depois da densa investigação da equipe francesa, as pistas no Brasil (em Rio Vermelho, que curiosamente é o nome do bairro vizinho ao meu, e segundo nome do meu bairro “Ingleses do Rio Vermelho”) levam a outras coisas mais profundas, e novos personagens. Parece que todos que se envolvem de alguma maneira no caso começam a ser afetados psicologicamente.  Porém o autor nos apresenta muitos personagens, muitos mesmo! Alguns com nomes parecidos - o que me confundiu bastante. Um leve romance, ou melhor, um sentimento do nosso personagem principal e um “acidente” em seu passado no qual ele - agente Simon - não nos conta do que se trata. Apenas nos dá pistas e nos deixa imensamente curiosos.

        O livro possui uma diagramação incrível. Cheio de detalhes nas folhas.  Até as fontes - do título dos capítulos e da numeração das páginas – são muito legais. Além de que a obra é repleta de imagens horripilantes. Coisas como Succubus, vultos encapuzados, seres enforcados, sinos... Uma verdadeira Sinfonia da Morte. E a capa é muito bonita também!

        Ao ler esse livro, lembrei-me bastante dos cenários do Dan Brown e Sherlock Holmes. A arte misturada com os casos policiais... Mas arrisco a dizer que Bruno Godoi escreve muito melhor. Na verdade, maravilhosamente bem. Apenas alguns detalhes do livro que não gostei. Algumas “cenas” que achei totalmente desnecessárias, como uma espécie de estupro que acontece em certa parte do livro. Porém o autor teve um motivo para usá-la. Cada coisa na obra é muito bem pensada. Para mostrar o horror que pode existir no ser humano, e para mexer com o psicológico tanto dos personagens, quanto do leitor. Mas ainda assim eu preferiria que cenas desse tipo não estivessem presentes na obra.

        Outra coisa que contribui para a trama ficar mais empolgante, é que não sabemos quem narra o livro. Quando o autor quer ocultar certa informação, ele “transfere” a narrativa para a perspectiva de um determinado personagem. Dessa forma vamos obtendo apenas algumas pinceladas do que está acontecendo. Eu achei isso genial!

        A obra é cansativa em alguns pontos. Não pela narrativa ou descrições. Pois como eu disse acima, tudo é muito bem descrito e de forma simples.  O que faz o cansaço aparecer é o fato de a história ser muito agitada, densa e cheia de informações detalhadas. Isso enriquece, mas também confunde. Outro ponto que gostaria de falar, é que achei o vocabulário do início do livro um tanto difícil. Algo talvez para chamar a atenção dos mais intelectuais.

        Ainda tenho uma última coisa a comentar: Os personagens do livro são inspirados em importantes pessoas da história. Como por exemplo, Rousseau, Susannah Darwin e até Beethoven! E gente, isso ficou muito legal na história!

        Então por esses pontos que mencionei como densidade, muitos personagens, essa pequena confusão que gera, e algumas cenas desnecessárias, dou nota 8 ao livro. Ele é ótimo. Muito bom mesmo. E é curtinho. Pode ser lido rapidamente. Super recomendo! Ainda mais se você gosta do gênero. Lembrando que O Grito Vermelho é o primeiro volume da trilogia A Sinfonia da Morte.

        Essa foi minha resenha do primeiro livro da série A Sinfonia da Morte, de Bruno Godoi. Autor parceiro aqui do blog. Ficou curioso? Acesse o site clicando AQUI e saiba mais. 

        Agora vamos ver algumas fotos do que eu recebi (o livro autografado, um marcador autografado, e alguns flyers):

        É isso pessoal. Um abraço a todos!